As baixas temperaturas registradas nos últimos dias em Pernambuco têm surpreendido moradores e levantado questionamentos sobre as causas do frio atípico no Estado. Em Garanhuns os termômetros marcaram 15,2°C no dia 16 de julho, a menor temperatura registrada no município desde 1991, registrados pela Apac.
De acordo com o meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Romilson Ferreira, esse comportamento está diretamente ligado à chegada do inverno no Hemisfério Sul e à influência de fatores locais. “Julho de 2025 está bem friozinho em Pernambuco. A gente já tá notando que, tanto no Agreste como no Sertão, temos temperaturas bem baixas, algumas vezes abaixo de 15 graus”, afirmou. Ele destacou que, além da altitude, a pouca nebulosidade tem contribuído para a queda dos termômetros durante a madrugada. “A gente deve continuar com essas temperaturas nos próximos dias. Não há previsão de chuva para o Sertão, e no Agreste só chuva fraca.”
Além do inverno e da influência dos oceanos, a altitude de cidades como Garanhuns (situada a mais de 800 metros acima do nível do mar) contribui para os registros mais baixos no Estado. O Agreste e partes do Sertão pernambucano costumam apresentar as menores temperaturas durante os meses de junho, julho e agosto.
Apesar da sensação de frio incomum para os padrões locais, os especialistas indicam que os valores ainda estão dentro das médias históricas para o período, embora representem extremos dentro dessa faixa.
A previsão para os próximos dias segue com noites e madrugadas frias, especialmente no interior, e pouca nebulosidade. A tendência, segundo a Apac, é de manutenção do padrão atual de temperaturas. Os pernambucanos, portanto, devem manter os casacos à mão ao menos até o fim de julho.