
O padre Ronney Galvão, responsável pela missa, afirmou que a confecção das cinzas seguiu o procedimento tradicional e que a paróquia desconhece o motivo das reações cutâneas. Em nota, a igreja informou que a preparação foi feita “como de costume, absolutamente normal, como em todos os anos”.
A estudante Sara Heloísa Sousa e seu namorado, Luan Jackson, estavam entre os afetados. Ela relatou que, logo após receber a cruz na testa, sentiu uma intensa ardência, semelhante ao que outras pessoas na celebração também descreveram. Segundo Sara, o namorado teve uma reação ainda mais forte, com queimaduras visíveis.
“Quando a gente entrou na fila, ouvimos algumas pessoas reclamando de uma queimação na testa após a aplicação das cinzas. Até então, não havíamos sentido nada. Mas, de repente, começou a queimar. Quando batia o vento, a sensação de ardência aumentava muito. Imediatamente, comecei a limpar a área, mas ainda ficou uma marquinha. Meu namorado ficou ainda mais queimado, porque permaneceu mais tempo com as cinzas na pele”, relatou a estudante.
“Foi colocada a cinza sobre o nosso rosto. Voltei para o lugar onde estava e, pouco tempo depois, começou a queimar, e a sensação não passava. A dor era intensa, então corri para a casa de um amigo, vizinho da igreja, onde lavei o rosto e percebi que minha pele havia sido queimada. Perguntei às pessoas ao redor se também estavam sentindo ardência, e responderam que sim”, detalhou Luan Jackson.
A Polícia Civil iniciou diligências para apurar o que pode ter causado as queimaduras. A igreja informou que o método tradicional de preparo das cinzas envolve a queima de ramos recolhidos no Domingo de Ramos e armazenados até a celebração da Quarta-feira de Cinzas.
“Ontem [Quarta-feira], em nossa comunidade, após a imposição das cinzas na testa dos fiéis, algumas pessoas relataram sensação de ardência ou lesões na pele. Não sabemos a causa ou os efeitos desse fato. É a primeira vez que algo assim ocorre em nossa cidade”, declarou o padre.