Feriado da Data Magna relembra a Revolução Pernambucana de 1817

 

A Revolução Pernambucana de 1817 completa 208 anos nesta quinta-feira, 6 de março, sendo celebrada no Estado como feriado da Data Magna. O movimento de luta por independência, considerado a primeira experiência republicana do Brasil, marcou a história ao tornar Pernambuco independente de Portugal por 75 dias. Com governo próprio, bandeira e até uma constituição provisória, a revolução se tornou um símbolo da luta por liberdade e autonomia.

A importância do movimento fez com que, em 2007, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) iniciasse o debate sobre a criação de uma Data Magna do Estado. Na época, Pernambuco era o único Estado brasileiro sem uma data oficial estabelecida por lei federal. Após uma consulta popular, que contou com debates na imprensa e sugestões de historiadores, a Revolução do dia 6 de março 1817 foi escolhida como a data mais significativa.

No entanto, a criação do feriado enfrentou resistência, especialmente do setor empresarial, e inicialmente a Data Magna foi instituída apenas como ponto facultativo. Somente em 2017, no bicentenário da revolução, o feriado estadual foi aprovado por unanimidade na Alepe, após articulação da ex-deputada Teresinha Nunes, uma das líderes da oposição; e do então líder do governo Paulo Câmara, Isaltino Nascimento.

O movimento separatista teve início em um período de forte descontentamento com os altos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, que financiavam os gastos da família real no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Pernambuco, uma das províncias economicamente mais importantes da época.

Inspirados por ideais iluministas, militares, comerciantes, padres e intelectuais se organizaram contra o domínio português e depuseram o governador da capitania. Em seu lugar, foi estabelecido um governo provisório republicano, que instituiu uma bandeira própria — que se tornaria a atual bandeira do estado — e uma constituição com princípios liberais, como liberdade de imprensa e de culto.

“Durante o movimento, até uma Constituição foi criada e tivemos embaixador nos EUA. O movimento uniu todas as classes sociais, inclusive indígenas e pessoas escravizadas”, destaca Teresinha Nunes.

Apesar do sucesso inicial, a revolução foi duramente reprimida pela Coroa. Tropas enviadas por Dom João VI derrotaram os revolucionários, e seus líderes foram executados, incluindo Domingos José Martins e Frei Caneca. (Folha de Pernambuco)