A investigação aponta Ataíde como responsável por realizar o Enem substituindo um parente em 2022 e um amigo em 2023, com indícios de falsificação de assinaturas nos cartões de resposta. Ambos os candidatos foram aprovados. Como condições para a revogação da prisão, determinou-se a proibição de Ataíde de contato com testemunhas e os outros envolvidos, uso da internet, exigindo-se também seu comparecimento mensal à 2ª Vara Federal para informar sobre suas atividades e comportamento social, proibição de sair do município por mais de oito dias sem notificação ao juízo, restrição de mudança de residência sem autorização judicial, obrigação de comparecimento a todos os atos processuais e recolhimento domiciliar noturno.
Ataíde, com histórico de boas notas, cursava medicina na Universidade do Estado do Pará (UEPA) em Marabá. A UEPA afastou temporariamente o estudante e outros envolvidos no esquema de fraude. Seu advogado, Diego Adriano Freires, após a liberação, foca em restaurar o direito de Ataíde de frequentar as aulas.
A operação da Polícia Federal, iniciada em fevereiro, incluiu três mandados de busca e apreensão, identificando não apenas fraudes no Enem, mas uma variedade de crimes durante a análise dos materiais apreendidos, incluindo falsificação de documentos e outros delitos não relacionados a crimes federais. A investigação prossegue para identificar possíveis outros beneficiados pelo esquema fraudulento, podendo resultar em acusações adicionais de falsidade ideológica e uso de documento falso entre os envolvidos.