Criador e coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges morre aos 77 anos


Morreu na madrugada desta sexta-feira (03) o criador e coordenador do Disque-Denúncia, Zeca Borges. Ele morreu aos 78 anos após sofrer um infarto, segundo informações da assessoria do Disque-Denúncia. Zeca Borges chegou a ser levado para um hospital na Zona Sul do Rio, mas não resistiu. O programa, criado em junho de 1995, chegou aos 26 anos em 2021. Até 2020, o serviço ajudou a prender e a autuar 20 mil criminosos. Com o sucesso da iniciativa, o projeto se expandiu para todos os estados brasileiros, além da Argentina e do Chile. Quando o Disque-Denúncia completou 26 anos, Borges postou um texto nas redes sociais do programa, elencando os fatos importantes nos quais o Disque-Denúncia ajudou a prender criminosos: “Mais de 2,7 milhões de denúncias e 218 mil horas de serviço em mais de 9 mil dias de trabalho, ajudaram as polícias a combater o crime no Rio de Janeiro. Ajudamos a autuar a prender mais de 20 mil criminosos. Participamos de apreensões de armas e drogas, atuamos no desmantelamento de quadrilhas de roubos de cargas, auxiliamos na localização de pessoas desaparecidas, lutamos contra os crimes ambientais e até mesmo contra o coronavírus. Em todos esses momentos nós estávamos lá. E sempre estaremos”. O governador do Rio, Cláudio Castro, enviou uma nota lamentando a morte de Zeca Borges. “O Rio de Janeiro perdeu um dos maiores defensores da paz e da justiça em nosso estado. Zeca Borges criou e coordenou o Disque-Denúncia, uma das mais poderosas ferramentas à disposição da sociedade, que ajudou a prender mais de 20 mil criminosos. Uma iniciativa pioneira e inestimável para a segurança pública tão bem sucedida que foi levada a outros estados e países. Expresso minha gratidão pelo trabalho fundamental e pelo legado que Zeca nos deixou e minha profunda solidariedade à família e aos amigos”. Curiosidades O recorde de denúncias em um só dia foi em 26 de novembro de 2011: 1.136 pessoas procuraram o serviço com informações sobre a situação no Complexo do Alemão, quando as forças policiais ocuparam a região. Naquele mês, o programa recebeu quase 16 mil denúncias que, naquela ocasião, levaram às prisões dos traficantes Coelho e Nem da Rocinha. O traficante Nem da Rocinha foi preso com ajuda de informações do Disque-Denúncia em 2011. O primeiro caso que marcou a história do programa foi à descoberta dos paradeiros dos estudantes Marcos Chiesa e Carolina Dias Leite, que haviam sido sequestrados. O traficante My Thor, que atuava na área do Catete, Zona Sul do Rio, também foi preso por intermédio do número 2253-177, em 2000.
G1