Salgueiro precisa de saúde, educação, emprego e paz

Deus e a natureza deram ao município de Salgueiro uma coisa que muitas cidades não têm: um excelente espaço geográfico do Sertão – cortado pelas grandes BRs 232 e 116 (esta corta o País do Nordeste ao Sul). Por isto, o companheiro Eduardo Ferreira (meu colega do velho Diário de Pernambuco, na década de 70) e eu demos à terra de Veremundo Soares o importante apelido de “Encruzilhada do Nordeste”. Ora, esta terra visitada por Lampião, Padre Cícero e Frei Damião de Bozzano serviu ao histórico encontro no final da década de 1959,  que deu origem à  criação da Superintendência do Desenvolvimento  do Nordeste (Sudene).

Este município sediou o mais importante curtume do Estado, o Nossa Senhora de Fátima, e foi ousado ao implantar uma agroindústria pioneira no Sertão Pernambucano, a empresa de Veremundo Soares, denominada Agricultura, Indústria e Comercio, que forneceu energia elétrica ao município, fabricava  bolacha, óleo vegetal, fibras de algodão, contava com uma grande casa comercial com produtos diversificados,  e manteve, como correspondente, uma representação do Banco do Brasil no tempo em que nem  existiam bancos no Sertão.

Salgueiro contava com o Cine/Teatro que tinha o seu nome e ficou conhecido no estado inteiro como a terra da cultura e do melhor Carnaval do interior de Pernambuco. A política partidária sempre existiu, mas Veremundo Soares, que chegou a administrar o município e muitas vezes recebeu visitas ilustres do País inteiro na sua fazenda modelo Monte Alegre, optou pelos negócios que serviam para engrandecer o nome do município e contribuir com a geração de emprego e renda, no tempo em que não existiam telefone nem estradas.

Então, minhas amigas e amigos, baseado nesta síntese da histórica (econômica, social e política) apelo à sociedade salgueirense, principalmente à classe empresarial, para que faça um esforço a mais e procure pacificar o nosso município, mostrando aos políticos detentores de mandato que o povo que vota e paga impostos não aceita mais conviver com esta briga do “cobertor curto”, onde ninguém sai ganhando e só a população perde. Precisamos de projetos que andem, de ações que busquem o desenvolvimento e apontem  para o futuro que a juventude tanto aspira e merece. Que a sociedade civil, os empresários, a Maçonaria, o Clero e todos os segmentos sociais se unam e passem a exigir mais seriedade, espírito público e compromisso por parte daqueles que são pagos por nós para trabalhar em favor do povo.

Por Machado Freire