Governo de Pernambuco libera escolas para funcionarem sem distanciamento mínimo de estudantes nas salas de aula

Não há mais necessidade de distanciamento mínimo de um metro entre os estudantes nas salas de aulas das escolas públicas e privadas de Pernambuco. O anúncio do fim da exigência, que começa a valer a partir do próximo dia 16 de novembro, foi feito na tarde desta quinta-feira (11) pelo secretário estadual de Educação, Marcelo Barros, durante coletiva realizada no Palácio do Campo das Princesas, sede do Poder Executivo. Com isso, as unidades de ensino não precisam mais adotar rodízios de turmas, uma vez que poderão funcionar com a capacidade que tinham antes das restrições provocadas pela pandemia de Covid-19.

Na quinta-feira da semana passada (04), Marcelo Barros havia dito que o assunto estava sendo avaliado pelo Comitê Estadual de Enfrentamento ao Coronavírus. “Desde agosto de 2021 nossa rede vem trabalhando no formato híbrido e respeitando, entre outros protocolos, o distanciamento mínimo de um metro entre as carteiras escolares. Temos observado que os números de casos de covid-19 estão reduzindo e a vacina tem avançado”, comentou Marcelo Barros.

“Hoje praticamente 100% dos profissionais de educação de Pernambuco já receberam a segunda dose da vacina. E o ritmo de vacinação dos jovens de 12 a 17 anos está aumentando. Cerca de 60% dos adolescentes nessas idades tomaram a primeira dose e até o final de novembro nossa expectativa é que toda essa população esteja vacinada”, afirmou o secretário.

“Todos esses dados são analisados diariamente e dão mais segurança para avançar nos protocolos. Por isso o comitê decidiu que a partir da próxima terça-feira, 16 de novembro, teremos um novo protocolo setorial de educação. Entre outros pontos, tiramos a exigência de distanciamento mínimo de um metro entre os alunos”, informou Marcelo Barros.

“Assim as salas de aula poderão voltar ao seu padrão usual. Desta forma, os rodízios de estudantes serão eliminados e nós poderemos receber 100% dos alunos em salas de aula”, ressaltou o secretário de Educação. Ele lembrou que o uso de máscaras no ambiente escolar continua valendo.

Pernambuco tem cerca de 2,6 milhões de alunos matriculados na educação básica, que vai da educação infantil ao ensino médio. Lecionam nesses colégios, públicos e particulares, cerca de 120 mil professores.

REPERCUSSÃO

O fim do distanciamento foi criticado pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Ivete Caetano. “Essa questão não passou por nenhum debate com o Sintepe. O que causa estranheza porque a decisão da mesa de negociação da Secretaria Estadual de Administração com o Fórum dos Servidores foi pela deliberação da criação de uma comissão setorial de acompanhamento das atividades presencias na Secretaria de Educação”, disse Ivete.

“A Secretaria de Educação ainda não convocou essa comissão setorial para nenhuma reunião para definir qualquer mudança. Avaliamos como uma medida arbitrária, sem qualquer diálogo com a representação legítima dos trabalhadores em educação”, criticou Ivete.

“As escolas são espaços de grande aglomeração e longo tempo de permanência e não estará garantido a segurança sanitária neste momento quando a vacinação ainda não atingiu toda a população. Avaliamos com temeridade um retorno em massa de estudantes para as escolas que reúnem entre 400 e 1500 adolescentes e jovens em um mesmo lugar”, enfatizou a presidente do Sintepe.

Já o presidente do Sindicato das Escolas Privadas de Pernambuco, José Ricardo Diniz, elogiou a medida do governo estadual. “Achamos importante essa medida de retirar a obrigatoriedade do distanciamento de um metro em sala de aula, amparado cientificamente e pela evidência de queda regular e consistente dos números da covid-19. Como consequência, também se encerra o esquema de rodízio de alunos e turma, que vinha provocando certo descompasso no cotidiano escolar”, observou José Ricardo.

“Mas nossa luta é muito maior que isso. Continuamos na batalha para que a escolha e determinação do modo de aulas a adotar,  presencial pleno ou híbrido, seja da escola e não da família. Precisamos que isso ocorra quanto antes, para que possamos elaborar nosso planejamento para 2022, envolvendo inclusive o remoto, dentro da realidade de um presencial pleno”, complementou José Ricardo.