Para evitar paralisação, governo marca reunião com caminhoneiros

O governo federal marcou para a próxima semana uma reunião no Palácio do Planalto com associações que representam os caminhoneiros. O encontro acontecerá na quinta-feira (28), às vésperas de uma paralisação nacional da categoria, agendada para 1º de novembro.

Participarão do encontro representantes da Secretaria de Governo, da Casa Civil e do Ministério da Infraestrutura. O governo convidou para a audiência a Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Sindicam) de Três Cachoeiras.

A reunião foi solicitada pelo deputado Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, depois que a categoria decidiu, no último sábado (16), cruzar os braços em forma de protesto pelo constante aumento no preço dos combustíveis.

Durante o encontro, as entidades de caminhoneiros vão expor a insatisfação com a atual política de preços adotada pela Petrobras para definir o valor do diesel e de outros derivados do petróleo. A chamada política de paridade internacional (PPI) faz com que o valor dos combustíveis nas refinarias acompanhe as cotações do barril do petróleo no mercado internacional e o valor do dólar.

Crispim disse que os caminhoneiros vão pedir que o governo ou deixe de adotar essa política ou institua um fundo para conter a alta dos combustíveis quando houver aumento no valor do barril de petróleo e do dólar. Um projeto de lei de autoria do parlamentar sugere que, para bancar esse fundo, a arrecadação de imposto de exportação de petróleo bruto seja usada como fonte de financiamento.

“Precisamos ouvir o governo para saber se há esperança para que se resolva esse problema que é o preço do diesel. Esse aumento desenfreado é péssimo, e nenhum caminhoneiro tem mais condições de fazer qualquer planejamento financeiro com resultado positivo”, ponderou Crispim.

O parlamentar espera que a reunião possa mudar a ideia dos caminhoneiros sobre a paralisação nacional, mas frisou que a categoria tem toda a razão de fazer o ato. “Como deputado, não sou a favor da paralisação. A gente sabe qual é o resultado disso, vimos em 2018. E, com 20% da população brasileira abaixo da pobreza, a situação seria pior. Mas a nossa Constituição prevê que qualquer categoria pode reivindicar direitos”.