Rifar Marília Arraes deixa PT sem trunfo junto ao PSB em 2022


Os próprios socialistas, nos bastidores, já definem a deputada Marília Arraes como a carta que os petistas – favoráveis à aliança com a Frente Popular – tem na manga para barganhar espaços nas gestões socialistas.
Na ala do PT que defende o projeto majoritário de Marília, reina um raciocínio similar, mas levando em conta um horizonte mais elástico: 2022. Leia-se: na hipótese de Marília vir a ser eleita prefeita do Recife este ano, nada impede que ela venha a apoiar uma candidatura de Geraldo Julio ao Governo do Estado em 2022.
Esse cálculo leva em conta que a petista não deixaria a gestão municipal, com pouco mais de um ano de mandato apenas, para concorrer ao Palácio das Princesas. A hipótese de ela vir a se aliar ao PSB em 2022, apesar das divergências vigentes, não é vista como um absurdo nas hostes petistas. E tal cenário poderia acarretar um consequente apoio do PSB ao projeto presidencial do PT, a ser encabeçado por Fernando Haddad.
Em outras palavras, se o PT rifar Marília agora, ficaria sem um “trunfo” para negociar com o PSB em 2022. Se a candidatura dela for retirada mais uma vez, as chances de ela permanecer no partido são ínfimas. E ela acaba sendo, hoje, o motivo mais determinante para o PSB manter a ponte com o PT.
Mais um cavalo de pau do PT no plano de Marília encabeçar uma chapa majoritária fará sair vitimizada do processo e solta para concorrer ao Governo do Estado em 2022, ainda que por outra sigla, que não seja o PT, que, por sua vez, já não terá mais instrumento para pressionar o PSB na corrida presidencial.
Folha Política