Cruzeiros proibido em Pernambuco


O isolamento do navio de bandeira bahamenha Silver Shadow com 609 pessoas, no Porto do Recife, e a internação de dois passageiros por suspeita do novo coronavírus levaram o governo de Pernambuco a proibir a atracação de cruzeiros e embarcações de grande porte. A medida foi tomada para evitar o risco de contágio no estado. Ontem, um dia depois de um viajante canadense de 78 anos apresentar sintomas compatíveis com o Covid-19, outra passageira – uma mulher irlandesa – foi internada no Real Hospital Português (RHP) com sintomas semelhantes. Os resultados dos exames podem sair neste fim de semana, mas ainda não há previsão exata. A turista do segundo caso suspeito no navio foi transferida por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) após apresentar febre e dificuldade de respirar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi acionada. “A passageira apresentava quadro semelhante ao de crise de apendicite. Ela foi desembarcada e encaminhada para o atendimento local a quem cabe dar encaminhamentos aos protocolos de acordo com a evolução do quadro”, informou a Anvisa.
De acordo com a agência, uma equipe subiu a bordo para avaliar as condições sanitárias e está monitorando o navio. “O desembarque de passageiros e tripulação está suspenso até que os resultados laboratoriais do viajante confirmem ou descartem a suspeita. Somente com essa informação serão dadas novas orientações para a continuidade da viagem da embarcação. Os resultados da análise laboratorial do primeiro passageiro desembarcado ainda não está pronto. Todos os passageiros do navio são estrangeiros”, esclareceu. Além de os passageiros ainda estarem impedidos de descer do navio, o lixo da embarcação não pode ser descartado.
Na quinta-feira, segundo trabalhadores do Porto do Recife que não se identificaram, alguns passageiros passearam pelas ruas do Bairro do Recife. O Silver Shadow, com 318 passageiros e 291 tripulantes, saiu das Bahamas e passou por Itajaí (SC), Paraty (RJ), Búzios (RJ) e Salvador (BA), onde parou pela última vez antes de chegar à capital pernambucana.
Na quinta-feira, segundo trabalhadores do porto, alguns passageiros passearam pelas ruas do Bairro do Recife.
Em nota, o Real Hospital Português informou que “confirma que os dois casos suspeitos de coronavírus, oriundos do navio atracado no Porto do Recife, estão internados em nossa unidade hospitalar”. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), o Hospital fará a coleta de material da turista para as análises laboratoriais. Além dos dois casos suspeitos advindos do navio bahamenho, no Português, também estão internados os pacientes – um casal que viajou para a Itália, sendo a mulher com 66 anos e o homem com 71 – dos casos confirmados da doença no estado. Ainda não há previsão para a divulgação dos resultados dos exames dos passageiros do navio. “(As amostras colhidas no estado) Levam 24 horas para chegar ao Evandro Chagas (instituto no Pará onde os laudos estão sendo feitos). Lá, entram em uma fila. Depois, há um período de 48 a 72 horas para sair o resultado. Na próxima semana, os testes devem começar a ser feitos em Pernambuco, e o tempo de espera vai diminuir”, explicou o secretário estadual de Saúde, André Longo.
VOO DE PORTUGAL
Ontem à noite, uma família com quatro pessoas que chegou ao Aeroporto Internacional do Recife a bordo de um voo oriundo de Portugal apresentou sintomas do novo coronavírus e foi examinada por funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até o fechamento desta edição, ainda não havia informações sobre um possível isolamento desse grupo ou de outros passageiros da mesma aeronave. As informações são do Diário de Pernambuco.