Marília Arraes: “Não faço da política assunto de família”


O ano de 2020 será de eleições municipais. Marília Arraes, que deve ser a candidata do PT na corrida pela Prefeitura do Recife, deve disputar o cargo com deputado federal João Campos (PSB) – seu primo. Mesmo com a ligação parental, a petista diz que não faz da política assunto de família. “Se eu fizesse, talvez estaria no PSB”, revela. A deputada reforça que “não é porque tem um laço familiar que vai haver diferença nessa disputa”.
Para além das questões locais, Marília Arraes revela que 2019 foi um ano difícil “onde se legitimou a retirada de direitos por meio das urnas porque, infelizmente, a população elegeu um presidente que é Fascista e comprometido com o retrocesso”, salienta. A deputada reforça ainda que o importante é que a oposição não jogue a toalha e continue na resistência porque, segundo ela, outras pessoas vão abrir os olhos para o que está acontecendo no país. 
 “Nossa luta contra o autoritarismo, contra o desmonte que está acontecendo no Brasil vai começar em 2020. Sem dúvida o PT vai ter um papel protagonista porque nacionalmente também protagoniza a oposição a esse governo. Nós temos a estratégia de tentar se fortalecer nos municípios, principalmente nas capitais e grandes cidades. Mas vamos esperar a posse da executiva nacional do PT para saber as diretrizes”, pontua Marília Arraes.
Casos de família
Esse desentendimento na família Arraes não se limita a Marília e João. Na última quinta-feira (11), o filho de Eduardo Campos disparou contra o tio e presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Antônio Campos (Podemos), durante a audiência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados com o ministro da pasta, Abraham Weintraub. 
Ao expor argumentos analíticos sobre a forma como Abraham e o governo do presidente Jair Bolsonaro vêm conduzindo o setor no país, João disse que o ministro fazia mal para a juventude. Abraham respondeu dizendo que não fazia mal nenhum para a educação e citou a presença do tio de João Campos no Ministério. “Se eu sou uma pessoa tão maligna, por que ele trabalha comigo?”. 
Após a indagação, João prontamente pegou o microfone para disparar sobre o irmão do seu pai: “Eu nem relação tenho com ele ministro. É um sujeito pior que você”. A fala do parlamentar reforça os problemas da família – o que acaba respingando no meio político.