Decisão pró-Tiririca dá aval a paródias em 2020


A recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de autorizar paródias em campanhas eleitorais deve impulsionar as sátiras e a comédia nas eleições de 2020, sobretudo nas redes sociais e para ataque aos rivais, na avaliação de marqueteiros. Em novembro, após longo processo movido pela EMI Records contra o deputado Tiririca (PL-SP), que usou uma música do cantor Roberto Carlos em sua campanha em 2014, o STJ decidiu que paródias podem ser usadas livremente em eleições, sem autorização dos autores.
Na ocasião, Tiririca aparecia no horário eleitoral caracterizado como Roberto Carlos, com um paletó branco, sentado junto ao piano que tinha em cima um prato de bife com batatas fritas e cantando uma versão alterada da música “O Portão”, um dos clássicos do cantor da Jovem Guarda: “Eu votei, de novo eu votar/ Tiririca, Brasília é o seu lugar”. Ao final da propaganda, o deputado pegava uma das carnes e falava, imitando a voz de Roberto Carlos: “Que bifões, bicho”. À época, o “Rei” era protagonista de uma propaganda comercial de um frigorífico do grupo JBS.
A prática não é nova e sempre passou por questionamentos judiciais. Em 2016, uma peça da campanha de João Doria (PSDB) à prefeitura de São Paulo, inspirada no comercial de um posto de gasolina, exibia um motorista perguntando onde ficavam “praças com Wi-Fi funcionando” ou “escolas com muitos computadores”, e que só ouvia como resposta “Lá na propaganda do PT”. A peça foi suspensa pela Justiça Eleitoral.
Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo usou em campanhas de 1998 e 2002 o personagem Nerso da Capitinga, interpretado por Pedro Bismarck. Ele ironizava o adversário de Marconi e principal liderança política do estado na época, Iris Rezende. Continue reading