Uma das metas da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), vinculada à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, é convidar faculdades públicas e particulares a oferecem cursos de nível superior, nas unidades prisionais, no formato de educação à distância.
“A tríade para ressocialização é educação, profissionalização e trabalho. Começamos um projeto piloto, em parceria com o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), no Presídio de Igarassu. É um curso técnico em almoxarife. Está dando muito certo”, afirma a gerente de Educação e Qualificação Profissional da Seres, Edvany Oliveira.
O objetivo é expandir para outras unidades. Hoje são 40 alunos. “Queremos abrir também para que faculdades participem e nos ajudem na ressocialização”, informa Edvany.
“Quando o IFPE tem a possibilidade de ofertar um curso como esse, temos a certeza de estar cumprindo com a nossa função de promover educação pública, gratuita e de qualidade. A certeza de estar modificando vidas por meio da educação nos dá alegria para continuar trabalhando”, destaca a reitora do instituto, Anália Ribeiro.
MOTIVAÇÃO
Aos 28 anos, Emanuele* está cursando o primeiro período de direito numa faculdade privada do Recife. Esconde dos colegas um segredo: a tornozeleira que carrega na perna. Presa por homicídio, ficou seis anos no regime fechado. Desde o início deste ano está no semiaberto harmonizado. Significa que pode viver na sua própria casa.
Fará o Enem pela quarta vez. Agora, com o objetivo de ser aprovada numa universidade pública. “Quem comete um crime pode mudar. Quero atuar, quando me formar, na área criminal”, planeja.