Por Giovanni Sandes
Falta empatia ao governo Paulo Câmara (PSB) na reação a casos sensíveis na segurança. Não há condolências públicas ou promessa de reação. O padrão só se repetiu depois do fim de semana marcado pela violência em Caruaru e Recife. Com uma diferença. Domingo à noite, às 19h29, uma hora após a imagem do carro incendiado com dois corpos, no Recife, circularem nas redes sociais e criarem clima de terror, o Palácio divulgou como único compromisso público do governador, ontem, um ato político de apoio ao deputado Jarbas Vasconcelos, na briga pelo PMDB-PE.
Óbvio, Paulo Câmara não pode ser impedido de participar de um ato de apoio ao maior aliado. Política é importante. A questão é outra. Já que o governador iria ao ato político, talvez ele pudesse fazer, antes, um comunicado sobre segurança. Para não parecer ignorar o tema. Não, o governo manteve só a agenda política e o governador só falou sobre o tema no ato do PMDB. Como se o silêncio reduzisse o desgaste de um dia dominado pelo debate sobre a violência.
Quando há casos de grande repercussão, o Palácio diz que Paulo Câmara governa, não busca holofotes. Mas ao manter ao longo do dia um único compromisso público, o governo mostrou falta de empatia em mais dois casos de impacto.
Assim como Paulo Câmara, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), é duramente cobrada pelo caso do jornalista Alexandre Farias. Em meio às críticas, no fim de semana ela divulgou nota cobrando à gestão do governador, concedeu entrevista coletiva sobre “o papel do município” no setor e hoje (19), lança o Juntos pela Segurança.
O silêncio de Paulo Câmara sobre a segurança virou o mote do senador Armando Monteiro (PTB), que cobra a presença do governador na linha de frente, para se apresentar, coordenar e mobilizar uma reação do governo. Diz Armando, o governo já quis se descolar da violência, culpando a crise econômica, e depois “terceirizando” a culpa. O petebista lembra-se da cheia na Mata Sul e diz que Paulo poderia voltar a convocar uma frente suprapartidária.
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