Mais uma mulher foi vítima no maníaco da seringa. O caso aconteceu na
manhã desta quinta-feira (20), na Liberdade. A informação foi
confirmada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) que contou que a
vítima procurou por ajuda no Serviço Municipal de Assistência
Especializada em HIV/Aids (SAE) do bairro, de onde foi encaminhada para o
Hospital Geral Couto Maia, na Cidade Baixa.
A mulher não teve o nome divulgado. Ela foi medicada, recebeu a
vacina e os remédios, como as outras vítimas do maníaco, e foi liberada.
Segundo os dados da Sesab, agora, o número de vítimas do criminoso
subiu para oito pessoas. Segundo a Polícia Civil, apenas quatro delas
procuraram uma delegacia até o momento (veja abaixo).
A maioria dos ataques estão concentrados na região da Cidade Baixa.
Com medo, osmoradores alteraram a rotina e estão apreensivos. Nesta
quarta-feira (19), um homem foi preso na Estação Pirajá suspeito de ser o
maníaco da seringa, mas a polícia descartou a participação dele nos
crimes.
Casos registrados pela polícia
Um motorista de ônibus foi o primeiro. No dia 18 de setembro, Edson
dos Santos Melo, 40 anos, registrou queixa na 3ª Delegacia por ter sido
vítima de um ataque semelhante, na Ribeira. O motorista diz que parou o
veículo que dirigia em um ponto quando foi perfurado na região da face
por um homem desconhecido. “O cara entrou pela frente e, antes de passar
o torniquete, me atacou e desceu do ônibus”, contou. Ele está
debilitado devido aos efeitos colaterais do coquetel de remédios. “Me
deram medicamentos para hepatite, tétano e HIV. Vou tomar 28 dias”. O
rodoviário está preocupado com o conteúdo da seringa. “Não tem como não
se preocupar. Vai saber o que ele colocou ali dentro”.
Um soldado do Exército denunciou o caso em seguida. Ele foi espetado
no último dia 7, quando caminhava na Avenida Joana Angélica, por volta
das 12h30. Ele tinha acabado de sair do trabalho, no Quartel da
Mouraria. O soldado foi atacado no momento em que ele e o criminoso, que
vinha em sentido contrário, se cruzaram. “Ele disse que sentiu uma
fisgada no braço e se desesperou quando viu a blusa manchada de sangue
na altura do ombro. Em seguida, ele viu o bandido correndo e segurando
uma seringa”, contou a mãe do rapaz. O soldado foi levado por parentes
ao Couto Maia instantes depois.
O terceiro caso registrado foi na terça (18), envolvendo a operadora
de caixa Eliana dos Santos Pires, 41 anos, também na Ribeira. Ela estava
em um ponto de ônibus quando foi atacada. Encostada em um poste, ela
sentiu uma picada nas nádegas e, quando olhou para trás, viu um homem
negro se afastando do local sorrindo e com a arma do crime nas mãos.
Segundo a vítima descreveu ao CORREIO, ele usava uma camisa listrada nas
cores branca e azul. O ponto tava cheio de crianças da Vila Militar. Eu
tava encostada no poste e senti a picada. Quando olhei para trás ele me
mostrou a seringa e saiu dando risada", relatou. "Senti as pernas
dormentes e o local dolorido".
Por fim, uma estudante de 12 anos foi atacada na manhã desta
quarta-feira (19) e é a quarta vítima do “maníaco da seringa”. Ela foi
espetada na localidade de Areal, no bairro da Ribeira. De acordo com a
delegada Ana Virgínia Paim, titular da 3ª Delegacia (Bonfim), a
estudante passava com uma colega na Rua Aníbal da Silva Garcia, quando
um homem negro, de estatura baixa e de porte atlético, espetou seu braço
esquerdo e em seguida fugiu correndo.
Crédito: Almiro Lopes/CORREIO