Com uma estiagem
prolongada que já dura quatro anos no Nordeste, mais de duas mil
famílias sofrem com a seca em comunidades de Petrolina, no Sertão de
Pernambuco. O problema, que deveria ser amenizado com carros-pipa,
piorou depois que os caminhões pararam o fornecimento na zona rural, por
falta de pagamento do governo estadual.
A “Operação
Carro-Pipa” é atualmente feita somente pelo Exército, que faz
distribuição em cisternas comunitárias. Antes, o serviço contava com a
parceria do Instituto Pernambucano Agronômico (IPA) e da Coordenadoria
de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe). Os órgãos estaduais informaram
que o calendário de pagamento passa por revisão e os débitos serão
quitados, mas não deu uma previsão de quando o valor total será pago.
Segundo dados do
Ministério da Integração Nacional, Pernambuco ocupa a terceira posição
no ranking dos estados brasileiros em situação de emergência, com 68%
dos municípios afetados pela forte estiagem. Só perde para os estados do
Rio Grande do Norte e Paraíba. Dos 185 municípios, 125, estão em
situação de emergência.
Os 90 pipeiros do IPA e da Codecipe paralisaram as atividades quando o pagamento foi suspenso.
Eles alegam que falta dinheiro para o combustível e por isso é
impossível continuar o serviço. Na sexta-feira (21), os débitos foram
quitados em partes, mas os profissionais informaram que só voltam a
realizar o trabalho quando o valor total for pago.
Onde falta água,
quem tem algum tipo de renda consegue amenizar o sofrimento comprando
abastecimento por caminhão-pipa, pagando entre R$ 100 a R$ 150. Mas,
para muitos que estão desempregados, é preciso contar com o apoio de
outros moradores. Nas casas não existe água encanada e tudo é muito
regrado. Para algumas famílias falta água até para beber.Blog do Casusa