Rio - A jornalista Sandra Moreyra morreu nesta terça-feira, aos 61 anos, no Rio de Janeiro. A repórter da TV Globo, que estava internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, enfrentava o terceiro câncer em sete anos, diagnosticado em outubro deste ano. A doença atacou o mediastino, região torácica próxima ao esôfago, onde os dois anteriores foram detectados. O velório está marcado para quarta-feira, a partir das 12 horas, na capela 8 do Memorial do Carmo, no Caju, onde ocorrerá a cremação.
A repórter Sandra Moreyra, que lutava contra um câncer, morreu nesta terça-feira, aos 61 anos
Foto: Reprodução Instagram
Sandra Maria Moreyra era neta do escritor Álvaro Moreyra, membro da Academia Brasileira de Letras, dirigiu importantes revistas nos anos 1950, entre elas Fon-Fon e Paratodos. Seu pai, Sandro Moreyra, fez história como um dos mais importantes cronistas esportivos do jornalismo brasileiro. Sua mãe, Lea de Barros Pinto, era professora. Sandra era irmã da também jornalista e diretora da GloboNews, Eugenia Moreyra.
No mês passado, assim que descobriu o novo tumor, Sandra usou seu perfil no Twitter para contar daria início ao novo tratamento. "Novamente estou sendo posta à prova. Mais um tratamento pra fazer. Eu amo a vida. E vou em frente", escreveu ela. Em seu último post no microblog, ela agradeceu ao apoio dos seguidores para vencer mais um batalha. "Agradeço muito as mensagens, a solidariedade e o carinho."
Trajetória
Sandra Maria Moreyra começou sua carreira no Caderno B do "Jornal do Brasil", em 1976. Dois anos depois, passou a cobrir Geral, dividindo a redação com nomes como Paulo Henrique Amorim, Renato Machado e Elio Gaspari. Em 1979, deixou o jornal e acompanhou seu marido até a Argélia, para onde ele foi transferido.
Quando voltou, para Salvador, procurou emprego na TV Aratu, na época afiliada da Globo. Insatisfeita, passou pela Bandeirantes e, no fim de 1982, voltou para o Rio de Janeiro. Após passar pela extinta TV Manchete, foi convidada para a Globo, cobrindo as eleições e a morte de Tancredo Neves em Minas Gerais.
Entre as grandes coberturas que fez estão o Plano Cruzado (1986), o acidente radioativo em Goiânia (1987), o naufrágio do navio Bateau Mouche IV (1988, trabalhando grávida ao vivo), e a Rio-92. Ainda na década de 90, participou da cobertura da chacina de Vigário Geral (1993), o lançamento do Plano Real (1994) para o "Jornal Nacional".
Sandra passou também pelo "Globo Repórter", fazendo várias reportagens especiais, e pelos outros telejornais da emissora, como o "Bom Dia Brasil". Após uma passagem pela Globonews, voltou à Globo em 2004. Em 2010 e 2013, Sandra cobriu o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Com informações da Agência Brasil