Se estivesse vivo, o ex-governador Eduardo Campos (PSB) completaria 50 anos nesta segunda-feira (10). A memória do socialista foi lembrada e as ações políticas destacadas durante evento organizado pela cúpula socialista no Estado. Lideranças políticas de todo o País vieram prestigiar o ato e ressaltaram a trajetória do pernambucano. Porém, a homenagem também abriu espaço para análise da crise política enfrentada pelo Governo Dilma.
Ao analisar o agravamento da crise atual, a ex-senadora Marina Silva (PSB), que disputou a presidência da República, afirmou que “não se pode tirar vantagem da situação”. Abismada com o aprofundamento da crise, Marina defendeu a responsabilização dos envolvidos no processo – sem citar nomes.
“[Na campanha] nós dizíamos que o País estava a beira de uma crise, mas, obviamente, naquele momento não se tinha a magnitude do tamanho. Hoje, ela é muito maior do que todos os brasileiros imaginavam. Portanto, a responsabilidade de quem ocultou, de quem não tomou as medidas adequadas e permitiu que o Brasil voltasse a ter inflação, juros altos, desemprego para população, é muito maior a responsabilidade de quem fez isso”, afirmou.
“Chegou o momento de assumirmos dois trilhos: o trilho da investigação e o trilho dos rumos da Nação. Não se pode olhar para crise para tirar vantagem dela, mas para resolver a crise que o país está vivendo e está atrapalhando a vida das pessoas”, acrescentou a ex-ministra.
O discurso mais inflamado e carregado de críticas – nem um pouco veladas – ficou por conta de uma figura que nem é do meio político. O economista Paulo Roberto de Castro – amigo de Eduardo Campos – subiu o tom e nominou os ataques ao governo federal. Chamando a população para participar dos protestos marcados para acontecer no próximo dia 16 – contra o governo do PT – ele pediu uma salva de palmas para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e exaltou as qualidades do político.
Na fala, ele pontuou que a presidente “nos empurrou à mais grave crise financeira auto-infligida deste início de milênio”. “Podemos sair dela, porque, como disse Eduardo, não vamos desistir do Brasil. Quando Brasília se lembrar do Brasil, vamos querer saber qual é a agenda do governo para o País”, afirmou.
O evento reuniu cinco ex-governadores de Pernambuco: João Lyra (PSB), Jarbas Vasconcelos (PMDB), Roberto Magalhães (PSDB), Joaquim Francisco (PSB) e Mendonça Filho (DEM). Além de Geraldo Alckmin (PSDB), também marcaram presença o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e de Brasilia, Rodrigo Rollemberg (PSB).
A presidente Dilma não compareceu ao ato e viajou ao Maranhão para realizar inaugurações do Minha Casa, Minha Vida. Do governo federal, veio o ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT).
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