Policial preso em Serra Talhada testemunhou assassinato de colega em Triunfo em 2015


O policial civil serra-talhadense preso na Operação Pérfido (que significa traidor), na quarta-feira (3) em Serra Talhada, esteve envolvido como testemunha no assassinato do policial civil Luciano Bezerra, assassinado com cinco tiros na cabeça na noite de 27 de julho em Triunfo, em 2015.

Na época, a corregedoria da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) abriu uma sindicância para apurar, além das acusações sobre o atirador, que foi preso e expulso da corporação meses depois, a postura dos dois agentes que presenciaram o fato na noite dos disparos. Um deles era o policial que acabou preso na Operação Pérfido, na quarta feira 02/08.

Na época, o autor do crime, a vítima e os dois policiais testemunhas estavam bebendo juntos em Triunfo. Mesmo presenciando os tiros a queima roupa, o autor não foi preso em flagrante pelos outros dois colegas, como deveria ter sido feito. De 2015 para cá, o policial acabou retomando o trabalho normalmente, galgou posições na carreira e chegou ao cargo máximo de comissário.

Drogas por sexo

Durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (3), em Recife, a Polícia Civil detalhou a ação realizada em Serra Talhada no dia ontem. A operação foi supervisionada pela Chefia de Polícia Civil, sob a Presidência do Delegado de Polícia Ivaldo Pereira, Delegado Chefe do Grupo de Operações Especiais – GOE/DRACCO, juntamente com os delegados Tenório Neto e Jorge Pinto. Na coletiva, Jorge Pinto revelou a prática de corrupção dentro da DP de Serra Talhada, praticada pelo comissário investigado que está com a prisão preventiva decretada.

“O comissário, durante a realização de plantões, fora de expediente, estaria se aproveitando da baixa circulação dentro da delegacia para desviar, não só drogas, mas procedimentos sigilosos. Com apoio da nossa diretoria de inteligência, e câmeras de monitoramento, as denúncias anônimas se confirmaram. Há uma possibilidade de vínculo entre este comissário e traficantes  da região. Há também informações que ele poderia estar trocando drogas por relações sexuais”, disse Jorge Pinto, acrescentando:

"Foi decretada a prisão preventiva deste comissário e foi recolhido ao COTEL na tarde de ontem, e fica a cargo da justiça agora. A gente tem um prazo de trinta dias para concluir o inquérito. Esperamos sempre que sirva de exemplo”.